A presença feminina nos cargos de alta hierarquia representa apenas 14%
nas instituições da comunidade ibero-americana. José Narro, reitor da
Unam (Universidade Nacional Autônoma Do México), afirmou que o número de
mulheres que passam pelo ensino superior vai diminuindo à medida que os
níveis hierárquicos vão aumentando.
"Nesses países [ibero-americanos] as mulheres são quase 60% dos
universitários e, em média, conseguem até se sair melhores nos
resultados. Mas essa participação vai diminuindo. 50% ocupam vagas no
doutorado, 30% [estão nos cargos de] professores e 14% são catedráticos,
de alta hierarquia", disse durante o 3° Encontro Internacional de
Reitores Universia, realizado nesta segunda e terça (29), no Rio de
Janeiro.
Soraya Soubhi Smaili, reitora da Universidade Federal
de São Paulo, concorda que há um grande lacuna sobre esse problema,
principalmente no Brasil. A professora destacou que ainda hoje ouve
pessoas comentando sobre sua capacidade de administração de uma
universidade federal por ser mulher. A docente assumiu o cargo no ano
passado.
"De 63 federais, 18 reitoras são mulheres. Por aí, já e
possível ver a grande distância e diferença de gêneros nos cargos mais
altos", disse. "Mas esse quadro vai mudar. Hoje as mulheres estão
arriscando mais. Não que elas não fossem capazes antes, mas agora elas
estão de colocando melhor. Estão mostrando que são capazes", acrescentou
Soraya.
O que poderia ser feito
Como medidas para
solucionar, ou pelo menos diminuir essa distância crescente da ocupação
feminina na hierarquia acadêmica, alguns reitores sugeriram criar
modelos mais flexíveis de trabalho para que as mulheres consigam
conciliar sua vida universitária com a familiar.
"Esse é um
modelo único de trabalho que há séculos não se muda. Nós temos que
encontrar formas para ter flexibilidade. É preciso permitir que as
mulheres saiam e retornem dentro da educação superior", comentou Peter
Salovey, reitor da universidade de Yale.
"Não é apenas uma
questão de discriminação feminina. Precisamos nos concentrar também no
apoio a família dessas mulheres. Na universidade de Heildeberg
[instituição alemã] temos apartamentos para os alunos residirem com a
família. Damos esse tipo suporte e eles conseguem desenvolver seus
trabalhos", disse reitor da universidade Bernhand Eitel.
Por Bruna souza Cruz
Fonte: UOL Educação
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