Em ano de eleições, falar em gestão
parece redundante. E não é por menos. Vivemos numa época em que a
qualificação de boa parte dos candidatos deixa mesmo a desejar. Talvez
esteja aí a desmotivação de 50% das pessoas em participar do processo
democrático. Se considerar que, semanalmente, escândalos estouram na
mídia, o percentual não surpreende. O que teria a ver o tema em si? É
que ontem foi comemorado o Dia do Administrador. (Lei 12.967, de 6 de
maio de 2014). O país busca, nos candidatos, pessoas com tal perfil, não
importa se no Legislativo ou Executivo.
Bem próximo de nós temos exemplos de
Câmara de Vereadores e de prefeitos exercendo seus mandatos e
desenvolvendo projetos nem sempre de interesse da coletividade. Existem
as brigas partidárias, ideológicas, é claro. Mas, em alguns casos,
prevalece a teimosia e até mesmo a incompetência.
Entra, então, o administrador, que tem
papel fundamental na condução do processo dentro das organizações. Se na
iniciativa privada os resultados acontecem, não será diferente na
pública. E os exemplos estão por aí.
Mas é necessário que se avancem na
escala estadual e federal. O cidadão também tem a sua importância na
participação. A vinculação faz parte do processo. Pela pesquisa do
Tribunal Superior Eleitoral de 2010, 23% não se lembrava do deputado
estadual em quem votou e 21%, dos federais. O grande problema: falta de
comprometimento do eleitor com sua escolha, sem considerar a descrença
que afasta eleitores, corrupção e desonestidade.
Não é possível, e muito menos aceitável,
que o nome dos eleitos seja esquecido logo após o pleito, pois os
cargos eletivos devem ser ocupados por quem, obrigatoriamente,
representa os desejos e anseios da população e, assim, a conexão entre
representantes e representados tem que ser selada por laços permanentes.
Num país com mais de 340 mil
profissionais registrados, não será difícil encontrar administradores,
se não candidatos, para as funções de ponta da gestão pública.
Lembre-se: “É possível criar uma
organização sem o mínimo de planejamento, mas é difícil mantê-la
funcionando sem uma administração profissional”. Sebastião Luis de
Mello, presidente do Conselho Federal de Administração. Parabéns aos
profissionais, e este colunista se inclui.
Gestão e educação
“As empresas de RH devem ter a noção da
importância da educação como poderoso instrumento de melhorias de
gestão, a beneficiar entes tão antagônicos como o capital e o trabalho.
Não investir o que é devido e não ter a consciência precisa da ação da
educação como atividade transformadora da realidade organizacional
constituem, a meu ver, os maiores pecados ainda praticados pelo
empregador e pelo empregado”. Sérgio Bezerra, administrador.
Por Pedro Hermínio Maria, administrador da ESFAZ/SC
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