Mais de 200 profissionais contábeis estiveram no CRCSC nesta tarde de 19
de dezembro para participar do primeiro encontro com os auditores
fiscais do Grupo de Estudos do Simples Nacional (GESSIMPLES) da
Secretaria da Fazenda. O objetivo foi esclarecer todas as questões
relacionadas à Operação Concorrência Leal, que divulgou uma lista de
72,7 mil empresas com problemas no Fisco Estadual. A Secretaria da
Fazenda deu 90 dias, a partir de 1 de dezembro, para que todas as
empresas se regularizem. No dia 20 de dezembro, outras duas turmas serão
recebidas no CRCSC para dirimir dúvidas com os auditores, uma de manhã e
outra à tarde.
O presidente do CRCSC, contador Adilson Cordeiro, coordenou o início
do encontro, junto com o gerente de fiscalização da Secretaria,
Francisco Martins.
Ambos ressaltaram a importância da parceria entre o Governo e as
entidades da classe contábil para que haja um trabalho conjunto. "Já
solicitamos a prorrogação do prazo na primeira reunião que tivemos com a
Secretaria da Fazenda e apontamos nossa preocupação com a
responsabilidade civil dos contadores e agora pedimos a liberação de
dados da base de cálculo por mês e não apenas anual", enfatizou Adilson.
“Queremos facilitar o trabalho dos contadores, tanto que acatamos o
pedido do presidente do CRCSC para disponibilizar um aplicativo com
todas as informações detalhadas de cada empresa”, disse Francisco.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional da Grande
Florianópolis Renato Hinnig, o presidente eleito do Sescon Grande
Florianópolis, Fernando Baldissera, e a coordenadora do Núcleo de
Contadores de São José, Kátia Cilene Tavares, também falaram na abertura
do encontro. Todos destacaram que o momento é de sabedoria e
tranquilidade para encontrar soluções, apesar do problema criado com
esta Operação no final do ano.
Em seguida, os auditores integrantes do GESSIMPLES, Luiz Carlos de
Lima Feitoza, Júlio César Narciso e Soli Carlos Schwalb, fizeram a
apresentação de como ocorreu a Operação e os principais problemas
encontrados. (Veja PERGUNTAS E RESPOSTAS abaixo).
Após a apresentação, foi aberto um momento de debate e muitos
contadores fizeram perguntas até que fossem esclarecidas as dúvidas. O
CRCSC solicitou que o material da apresentação também fosse
disponibilizada aos contadores.
Adilson Cordeiro disse que ficou acertado com o secretário adjunto da
Fazenda , Almir Gorges, que antes do prazo de 90 dias (1 de março),
todas as entidades serão chamadas para verificar o andamento do
processo. “Mas antes disso, convoco todas as entidades contábeis e
demais entidades empresariais a assinarem um documento solicitando a
prorrogação do prazo de regularização, pois este é um período complicado
para a maioria das empresas contábeis”, disse Adilson, que anunciou o
agendamento de uma conversa com a Secretaria da Fazenda nesta quinta, às
16h30, junto com o Sescon Grande Florianópolis.
PRINCIPAIS PERGUNTAS E RESPOSTAS
Quais as fontes de informações que foram cruzadas?
R.: Foram cinco fontes, sendo:
- Vendas Governamentais., municipais (obtidas pelo TCE-SC,
registrados em sistemas de controle de gastos públicos (e-Sfinge)) e
estaduais (Registrados em sistemas de controle de gastos públicos
estaduais).
-Demonstrativo de Créditos Informados Previamente (DCIP)
- Cartão de Crédito e Débito (Informações prestadas pelas
administradoras de cartões de crédito, débito e similares à Secretaria
da Fazenda)
- Notas Fiscais Eletrônicas emitidas e recebidas armazenadas no
Sistema de Administração Tributária – SAT (Perfil Contabilista Consultas
/ DFE – Consulta NFe)
Quais os principais problemas encontrados na Operação?
R.: Foram duas principais questões: receita bruta
declarada menor do que a receita bruta apurada pelo Fisco e segregação
indevida (isenções, reduções da base de cálculo e/ou imunidades).
No caso de segregação indevida, quais empresas caíram na malha?
R.: Em Santa Catarina não temos isenções e reduções,
apenas imunidades para empresas de venda, produção de livros, revistas e
periódicos e similares. Isto significa que se estiver no Simples, não
tem isenção ou redução. Todos esses caíram na malha fina.
Como regularizar essa situação?
R.: Nestes casos basta retificar a DASN (Declaração
Anual do Simples Nacional), não há punição apenas regularizar de maneira
espontânea. Detalhamos as fontes dos problemas nas informações
repassadas por empresa para repassar aos contadores e facilitar a
regularização.
Quais as informações serão fornecidas aos contadores?
R.: Iremos disponibilizar os dados anuais de renda
bruta e quais as origens destas receitas, conforme cruzamento de
informações que fizemos.
Por que não pode ser disponibilizada a base de cálculo mensal?
R.: Não podemos disponibilizar mensal, pois o que
apuramos são indícios já que 80% das empresas que caíram na malha foi
por conta da presunção legal fundada nas notas fiscais eletrônicas de
aquisições.
Por que foi feita essa Operação no final do ano?
R.: Era pra ter terminado em setembro, mas como
detectamos um número muito grande não foi possível cumprir o
planejamento inicial. A ênfase da Sefaz agora é trabalhar assim de forma
eletrônica e massivamente. Essa foi a primeira operação na SEFAZ que
alcançou todas as empresas do Simples Nacional, dando tratamento
isonômico a todas, sem distinção. Esperamos que para as demais não
encontraremos tantos problema vez que as pessoas interessadas tomaram
conhecimento das informações de que dispõe a SEFAZ para monitorar o
setor.
Quais os próximos passos da Operação?
R.: Aguardar o prazo estabelecido pela SEFAZ para
denúncia espontânea, refazer os cruzamentos, tratar o resultado e
concluir com a segunda fase, lançar de ofício os valores apurados.
Como vão ser solucionados os problemas?
R.: Quando houver retificação total será excluído da malha.
No caso de retificação parcial, vamos consultar dados do Sintegra para convalidar ou não as informações retificadas:
-
verificada que a diferença está relacionada com transferência, uso e
consumo e ativo permanente em valores corretos, exclui-se da malha
-
verificada que a diferença não guarda relação com transferência, uso e
consumo e ativo permanente, será lacrada de ofício, restando ao
contribuinte comprovar sua declaração na intimação para defesa prévia.
No caso de ausência de retificação será efetivada a Notificação Fiscal (lançamento de ofício).
Agora teremos novas operações?
R.: O monitoramento será constante, vamos tentar
chegar antes do ilícito tributário. Com um Fisco bem aparelhado,
evitaremos o sentimento de impunidade que só traz malefício para as
empresas e sociedade, pois gera passivo de difícil solução.
Quais as empresas que caíram na malha?
R.: O Simples Nacional se destina às empresas que
possuem receita bruta apurada até 3,6 milhões, nesse sentido quem está
dentro deste limite poderão declarar espontaneamente até 01 de março de
2013, sendo, no entanto, selecionadas para irem direto para fiscalização
individual aquelas que:
-
possuem CNAE impeditivo para opção (cerca de 600 empresas, ficaram para serem fiscalizadas em campo)
-
sejam MEI
-
Que foram fiscalizadas em 2010 e 2011 com exigência de imposto relativo à mesma materialidade.
Quais as ações previstas para 2013?
R.: Manter estreitamento com entidades de classe;
Repetir a esta mesma operação para o ano-calendário 2012;
Verificar a segregação indevida na ST;
Verificar transferência de crédito DCIP;
Verificar cadastro (base societária);
Verificar comportamento de sócio de empresas baixadas no CNPJ e CCICMS/SC; Verificar empresas escondidas em CNAE;
Verificar compras no CPF de sócios ou pessoa física do MEI;
Estratificação de problemas por empresa e por contador (lista
problemas); Exclusão em lote de empresas com débitos ou pendências.
*FONTE: Assessoria de Imprensa do CRCSC
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