O
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, nesta terça-feira (27/12),
que o governo mudará o regime de tributação para a importação de
produtos têxteis. Em vez da cobrança ad valorem, no qual incide um
percentual sobre o valor do produto trazido do exterior, será adotado o
sistema de ad rem, com um valor absoluto a ser pago sobre a
mercadoria adquirida fora do país.
O
objetivo da medida, anunciada durante a entrega da medalha de honra ao mérito
da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit),
é dificultar o subfaturamento dos importados e combater a concorrência
desleal que o setor vem enfrentando. “Essa é uma arma forte que teremos
para enfrentar a concorrência, que é cada vez maior neste setor”,
expressou o ministro.
Segundo
o ministro, já existe uma legislação pronta para a mudança, que
aguarda apenas regulamentação. O próximo passo do governo brasileiro é
levar uma petição à Organização Mundial do Comércio (OMC)
demonstrando os prejuízos que o setor vem enfrentando em virtude da
concorrência internacional.
Mantega
explicou está sendo formatado um procedimento de salvaguarda provisória,
que deverá ser aprovado dentro de dois ou três meses, o que dará ao
Brasil a possibilidade de adoção imediata do novo sistema. “Queremos
fazer isso dentro das regras internacionais, sem violação”, defendeu.
Conforme
detalhou o ministro, o organismo concede licença provisória para que,
nesse ínterim, possa correr um processo no qual todos os interessados são
consultados. Ele acredita que, mesmo assim, o Brasil deve obter uma
salvaguarda permanente.
Durante
a homenagem, o ministro foi enfático ao dizer que não permitirá que a
industria brasileira saia diminuída da crise internacional, em especial a
indústria têxtil, que ocupa hoje o quarto lugar no ranking mundial. Ele
lembrou, ainda, que esse é um dos setores que mais gera emprego no país.
“Vamos começar 2012 defendendo a indústria têxtil no Brasil”,
declarou Mantega.
Quinta
economia mundial em 2015
Mantega
comentou, ainda, a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que
coloca o Brasil com a quinta maior economia do mundial em 2015,
ultrapassando a França. “Acho que pode ser um pouco antes”,
disse.
Segundo
o ministro, mesmo que os países europeus consigam superar a crise, o
crescimento deles voltará com patamares baixos, em cerca de 2%. Ao mesmo
tempo, estima, o Brasil estará com percentual superior a 4% de alta no
Produto Interno Bruto (PIB), que foi a média obtida de 2003 a 2010.
Com
um ritmo de crescimento dobrado, o ministro acredita ser inexorável o
Brasil ultrapassar a França no ranking das maiores economias. Mantega vai
além: “quem sabe também a Alemanha se ela não tiver um desempenho
melhor”, estima.
Para
o ministro, no entanto, o mais importante é que o Brasil esteja entre as
dez maiores e mais dinâmicas economias do planeta e que essa posição
permaneça nas próximas décadas. Mantega disse que, em 2012, o país
entrará em outro ciclo, com crescimento que permitirá continuar na
vanguarda.
Ele
reafirmou que é preciso melhorar a renda per capta para que o brasileiro
possa, de fato, atingir o padrão de vida dos países avançados. “Temos
que continuar nesta velocidade para que o brasileiro tenha o mesmo padrão
de vida do europeu nos próximos anos", concluiu.
Fonte:
Assessoria de Comunicação Social - GMF
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