23/08/2012 - Ciência contábil é mal avaliada no Enade |
Amplo mercado de trabalho e oferta limitada de profissionais. Para complicar esse quadro, há baixo preparo dos recém-formados na área. A situação preocupante das ciências contábeis pode ser avaliada pelos resultados do exame de suficiência em contabilidade e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
Desde o início de 2011, a aprovação no exame de suficiência é exigida
para obter o registro profissional e atuar legalmente na área. Promovida
pelo Conselho Federal de Contabilidade, a última edição da prova,
realizada em março, teve índice de aprovação de 47,2% para bacharel em
ciências contábeis e 35,4% para técnico em contabilidade.
De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do
Estado de São Paulo (CRC-SP), Luiz Fernando Nóbrega, o índice aceitável
de aprovação seria de 70%.
Prazos. “É um reflexo da qualidade do ensino e do empenho do aluno”,
diz. Para ele, o fato de a obrigatoriedade do exame ter menos de dois
anos de implementação, leva muitos estudantes a só se preocupar a se
empenhar com seriedade já no meio do curso, quando é tarde demais.
Na opinião do coordenador do curso de graduação em ciências contábeis da
FEA-USP, Márcio Luiz Borinelli, ainda é cedo para tirar conclusões, já
que o exame é recente. “No entanto, certamente temos, na média geral,
uma deficiência na formação desse profissional”, diz.
O último dado do Enade divulgado pelo Ministério da Educação sobre a
formação em ciências contábeis diz respeito ao exame de 2009. Do total de 6.804 graduações oferecidas no País, apenas nove
apresentaram conceito 5, nota máxima na avaliação. Os cursos que
ganharam notas 1 ou 2, consideradas insatisfatórias, representam 31% do
total. Nóbrega acredita que parte do problema está na guerra de preços
entre as faculdades.
“O importante não é só o preço do curso, mas a qualidade. Nós que somos
da área contábil sabemos que há um limite para baixar o custo. Chega-se a
um ponto que cai a qualidade. Duvide de um preço muito baixo, talvez a
qualidade não seja satisfatória”, afirma.
Fonte: CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
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