Depois de desentendimentos com o governo por causa da votação da MP dos
Portos, na semana passada, o PMDB está inclinado a abrir novos áreas de
confrontos com o governo Dilma Rousseff e a base aliada conduzida pelo
PT. A cúpula do partido reagiu ao pedido do governo de retirar projeto
que reduz dívidas de estados e municípios com a União. Para o Planalto, a
reforma do ICMS tramita atrelada ao projeto do indexador da dívida dos
estados e à Medida Provisória 599/12, que cria o fundo de compensação
para as perdas de arrecadação decorrentes da redução nas alíquotas do
ICMS.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou, por meio de
assessoria, que o motivo da retirada do projeto é uma mudança no texto
que aumenta os descontos em 45%. A modificação foi feita pelo deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que considera que ela custará mais R$ 15
bilhões à União. Na avaliação do vice-presidente da República, Michel
Temer, as movimentações de ontem em torno da reforma do ICMS não a
ameaçam.
PMDB volta a defender reabertura do Refis
Pela terceira consecutiva, o PMDB incluiu na Medida Provisória 600/2012
um “contrabando” reincidente. É a emenda que reabre, até o dia 31 de
dezembro de 2013, o prazo de adesão ao Regis, o programa de
refinanciamento de dívidas tributárias aprovado na época da crise
econômica internacional de 2009. “A referida prorrogação, que envolve
recursos do Refis, já foi objeto de manifestação clara do Congresso”,
justificou o relator da matéria, deputado peemedebista Lúcio Vieira
Lima, da Bahia. A matéria já aprovada duas vezes e recebeu igualmente
dois vetos da presidente Dilma Rousseff.
“Vamos colocar a reabertura do Refis até convencer o governo”, defende o
líder do PMDB na Câmara, o polêmico Eduardo Cunha (RJ), acusado de ter
prejudicado a votação da MP dos Portos.
Comissão do Senado reduz impostos para produção de pães
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou ontem uma
proposta que favorece a indústria de panificação. É o projeto de lei que
garante a redução de impostos para produção de pães e produtos
derivados da farinha de trigo. De acordo com autora da proposta,
senadora Vanessa Grazziotin (PCoB-AM), o objetivo é melhorar e elevar o
consumo dos produtos no país. Com a aprovação, o texto segue para
análise no plenário da Casa.
Para Vanessa Graziottin, os brasileiros comem poucos pães e a
diminuição dos tributos é uma forma de incentivar o consumo do produto.
Além disso, a senadora destaca que é imensa a quantidade de
trabalhadores e empresas envolvidas no segmento no país. Para ela, a
isenção será compensada pelo aumento nas compras. “A renúncia fiscal
decorrente será compensada com o atendimento a população de baixa ou
nenhuma renda de forma direta no combate a fome”, justificou.
Cota para compras em 'free shop' pode passar para US$ 1,2 mil
A cota máxima para compras sem impostos em lojas francas (os chamados
free shops ou duty free) poderá passar de US$ 500 para US$ 1.200. Foi
aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE)
ontem projeto de lei que amplia o limite de compras nas lojas francas
situadas em aeroportos com desembarque de voos internacionais (PLS
355/2012).
Segundo a Agência Senado, o autor do projeto, senador Cyro Miranda
(PSDB-GO), considerou oportuno aumentar o limite de isenção por
passageiro para compras no duty free. Relator ad hoc do projeto, o
senador Luiz Henrique (PMDB-SC) concordou, argumentando que os
brasileiros têm gastado muito mais que US$ 500 em suas compras, logo
ampliar a cota seria apenas adaptar as regras ao que já ocorre de fato. A
matéria segue agora para deliberação.
PSC contra resolução que obriga cartórios a registrar união homossexual
O PSC ingressou ontem com um mandado de segurança no Supremo Tribunal
Federal (STF) contra a resolução do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ)que obriga os cartórios de registro a reconhecer a união civil
entre pessoas do mesmo sexo e celebrar o casamento homoafetivo. Para o
partido, o CNJ extrapolou as suas funções ao tratar de um tema de
competência do Legislativo.
Fonte: DCI
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